Em meio a grande mudança econômica que estamos passando atualmente, você deve ter sentido uma diferença também no valor da sua conta de energia elétrica. Vamos entender o porquê disso?
A crise econômica no nosso país já se faz presente há alguns anos, porém neste período de pandemia, conseguimos sentir com maior peso a diferença nos valores de produtos e serviços que são essenciais. Junto com tudo isso, começamos sentir também os impactos da crise hídrica.
Em matéria publicada pelo G1 , dia 16 de junho de 2021, mostra que a energia elétrica foi o item de maior peso na ultima inflação oficial do país. No mês de maio o aumento aconteceu da seguinte maneira: a cada 100 kWh foi acrescentado o valor de R$4,169, porém no mês de junho o acréscimo passou para R$6,243.
Porque nossa conta de energia elétrica está aumentando?
Antes de entender porque isso impacta o nosso bolso, precisamos saber de onde vem a energia elétrica que utilizamos todos os dias. Responsável por 62% da capacidade instalada, as hidrelétricas são a nossa principal fonte, ou seja, a energia gerada através das águas correntes dos rios, 28% de termelétricas e o restante de usinas eólicas.
Decorrente da crise hídrica , os reservatórios das hidrelétricas estão em queda, não possuem água o suficiente para suprir a necessidade do país, e para que todos sejam abastecidos essa ausência é compensada pelas termelétricas, e isso gera um custo maior sendo repassado para nós, consumidores.
Segundo a Aneel o custo dessa ação será de R$9 bilhões, e exatamente por esse motivo passamos a sentir a diferença na nossa conta mensal. Hoje estamos no patamar 4 das bandeiras tarifárias, com o maior acréscimo a cada 100 kWh.

O que provocou a Crise Hídrica?
A Crise Hídrica foi identificada em abril de 2012 , com dados analisados lá de fora do nosso planeta, através do satélite Graces, que verifica a mudança no campo gravitacional da Terra.
Com essa análise, desde essa época foi possível identificar que a região mais populosa do Brasil havia perdido cerca de 56 trilhões de litros de água por ano, o que equivale a 32 vezes o volume do reservatório do Guarapiranga.
Portanto, a crise hídrica, não nasceu ontem. E você deve estar se perguntando porque chegamos nesse estado né? Veja abaixo os três principais motivos da queda do nível de água nos reservatórios:
- Aumento do consumo
O aumento da população no país gerou um aumento do consumo de água. Quando a população cresce, consequentemente a quantidade de água, energia elétrica, alimentos entre outros itens necessários se torna maior para o abastecimento de todos.
Além do consumo residencial, o aumento nas indústrias e na agricultura também cresceu. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a cada 100 litros de água consumidos, 72 são utilizados no setor agrícola.
- Desperdício de água
O desperdício é um fator muito importante desde sempre. Por ser um recurso natural muitas vezes utilizamos como se fosse infinito. Sim, a água tem sua capacidade de renovação, assim como outros recursos naturais, porém a nossa demanda é muito alta.
Em estudo inédito realizado pelo Instituto Trata Brasil, foi identificado que 40% da água potável do nosso país é desperdiçada, essa quantidade é suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros por um período de um ano.
- Diminuição do nível de chuva
De setembro de 2020 a fevereiro de 2021, tivemos o menor volume de chuva recebido nos reservatórios, dos últimos 91 anos. Segundo Alexandre Araújo Costa, físico e professor de Ciências Atmosféricas da Universidade Estadual do Ceará, o ciclo da chuva sofre grande impacto direto com a junção do aquecimento global, que vem se agravando pela destruição da Amazônia.
Com a frequência normal das chuvas, o nível de água do abastecimento das hidrelétricas aumenta, pois os rios e lagos ficam mais cheios, aumentando a quantidade de energia que é gerada. Com a ausência das chuvas, menos água e maior impacto no abastecimento de energia.

O que podemos fazer agora para amenizar os impactos da crise hídrica?
Como vimos acima, um dos principais pontos para a crise hídrica é o desperdício. Portanto, também devemos nos sentir responsáveis por esse período que enfrentamos. Separamos algumas ações simples para serem aplicadas no dia-a-dia, para contribuir:
- Diminua o tempo no chuveiro
- Não deixe a torneira aberta enquanto lava a louça
- Tente ensaboar toda a louça de um vez só
- Acumule a roupa , para utilizar a máquina menos vezes na semana
- Reaproveita a água da máquina de lavar na limpeza da casa
- Não esqueça as torneiras abertas
- Se possível, guarde água da chuva, de maneira correta, para reutilizar também na limpeza da casa
Vamos fazer nossa parte?
Conclusão
Você já imaginou sua vida sem água? E sem energia elétrica? A crise hídrica que estamos passando, e não é de hoje, não impacta somente nosso bolso, mas a nossa vida. Sabemos que algumas ações não dependem só de nós, mas não só podemos como devemos assumir nossa responsabilidade diante dessa situação.
Começamos a sentir a crise hídrica no bolso, mas as suas consequências são muito maiores do que só financeira. O consumo consciente consiste também em utilizar nossos recursos pensando nos impactos que estamos gerando ao planeta.
A nossa contribuição pode amenizar a crise hídrica que estamos vivenciando. A conscientização do consumo também abrange os serviços que utilizamos, como água e energia elétrica. Vamos fazer nossa parte?