Menos é mais ou quanto mais melhor? A maneira que consumimos define e muito nosso estilo de vida, e até a maneira que enxergamos o mundo à nossa volta. Excessos, consumos, exageros, são palavras que fazem parte da sua rotina de compras hoje?
O minimalismo tem sido um assunto em alta nos últimos tempos, e com a pandemia aconteceu uma crescente busca pelo que seria essencial na vida de cada um, respeitando as individualidades.
No ano de 2020, entre o mês de março e julho foram recebidas no mundo digital mais de 26 mil publicações relacionadas à vida minimalista ou voltadas ao essencialismo.
Acontece que o isolamento, em alguns casos fez com que a percepção e valorização das coisas simples da vida se potencializasse. Afinal passamos a não ter acesso a coisas pequenas, momentos singelos, rotinas que até pareciam estressantes e que passamos a sentir muita falta.
Mas mesmo o minimalismo sendo muito falado por aí, você sabe realmente o que ele significa?

O que é o minimalismo?
Entre os movimentos artísticos do século XX , surgiu o termo minimalismo, onde a utilização e o design prático ganhavam mais importância do que a estética em si, e conforme o seu conceito vem sendo utilizado, passou para os aspectos sociais e com a força da sustentabilidade, ganhou espaço também no momento do consumo.
Bom, mas o que é o minimalismo em si ? Primeiro vamos desvendar o mistério, dizendo que uma vida minimalista não é se privar de ter bens materiais, e novas conquistas, novos planos… viver com o minimo do minimo. Não! O minimalismo não é isso.
O que acontece é que hoje damos um valor enorme a coisas que não merecem tanto a nossa atenção e muito menos o nosso apego, e quando falamos coisas, estamos falando de objetos, bens materiais, produtos, roupas..deixando de lado momentos e coisas que realmente importam, como nossa saúde, cuidar dos nossos relacionamentos, nossas paixões, nosso ser e muito menos do nosso ter.
O minimalismo inclusive é associado a essa liberdade de ter menos para sermos mais, traz maior amplitude no que vivemos e valoriza as pequenas coisas com o objetivo da real felicidade e o conforto pessoal mais íntimo.
Joshua Fields e Ryan Nicodemus, do projeto The Minimalists, listaram 12 benefícios gerados pelo minimalismo na vida deles:
1 – Menos descontentamento
2 – Tempo recuperado
3 – Passaram a viver o momento
4 – Ir atrás das próprias paixões
5 – Descobrir a própria missão
6 – Experimentar a verdadeira liberdade
7 – Criar mais e consumir menos
8 – Foco na saúde
9 – Crescimento pessoal
10 – Contribuição além de si
11 – Sem excessos
12 – Descobrir o seu propósito na vida
Será que essa é a fórmula da felicidade?
Precisamos lembrar que o que é essencial e necessário para mim não é para você e vice-versa, antes de inserir o conceito minimalista é necessário analisarmos o que é prioridade e essencial para cada um de nós, nos questionar o que está em excesso na nossa casa, nos nossos dias, na nossa vida.
De que forma o consumo pode se encaixar no minimalismo?
Basicamente a essência do minimalismo nos leva a consumir menos naturalmente, pois passamos a entender o que é essencial para cada um de nós, evitando os excessos, os exageros, as compras compulsivas e os famosos desperdícios.
Dessa forma passamos a consumir somente o que precisamos, e isso gera um ciclo de economias, no aspecto financeiro, evitando desperdícios, e comprando com maior assertividade.
Viver melhor e com menos, significa também separar o que realmente precisamos dos nossos desejos e impulsos de compra e entendermos nossas necessidades em primeiro lugar.

5 dicas rápidas para inserir o minimalismo na sua vida
Como costumamos dizer por aqui, um passo de cada vez, não precisamos mudar tudo e nem radicalmente. Pensando nisso listamos 5 passos simples pra você começar e desfrutar dos primeiros benefícios do consumo e da vida minimalista:
1 – Uma parte de cada vez
Escolha um cômodo da sua casa, e separe os produtos que estão lá em 3 categorias: uso sempre, raramente uso e nunca usei/uso. Isso já vai trazer uma visão do que realmente é essencial para sua rotina, mantendo os de uso sempre, se questionando sobre os itens de uso raro, e doando os itens que você nunca usou ou que já usou a muito tempo atrás.
2 – Não se apegue a objetos
Por mais difícil que seja esse passo, é importante entendermos que objetos só estão ligados a uma lembrança, a algum momento , ou alguma pessoa de algo que está guardado na nossa memória e no nosso coração. Uma opção é antes de doar esses itens, você pode tirar uma foto, e escrever sobre aquela recordação.
3 – Planeje suas compras
Antes de consumir qualquer item analise a necessidade dele, e tente entender se ele está ligado ao que você quer ou ao que você precisa. Quando planejamos o que vamos comprar, seja no mercado, feira ou qualquer outro ambiente diminui a quantidade de itens desnecessários e a compra feita por impulso.
4 – Seja BFF da tecnologia
A era digital já chegou, já ganhou espaço, já roubou o coração de muitos, e ela é um grande aliado do minimalismo. Sabe aquela pasta cheia de contas antigas, que antigamente era recomendado guardar por 5 anos? Isso já era, mantenha tudo que for possível no universo digital. Diminui o volume de itens guardados e a utilização de papel que será descartado logo logo.
5 – Curta as experiências e não as coisas
Algumas vezes compramos coisas acreditando que nelas está a nossa felicidade, e às vezes está, mais por um curto período de tempo, algo passageiro. As experiências nos preenchem e contribuem para nosso crescimento pessoal.
Conclusão
O consumo minimalista nos faz enxergar o que realmente é essencial para nós, respeitando as individualidades. Não existe uma fórmula exata para a vida minimalista, além de passarmos a valorizar o ser ao invés do ter, pois cada um tem suas prioridades e suas essencialidades.
A ideia de ter menos para viver mais se liga diretamente a maneira que consumimos, levando maior conscientização no momento da compra. Dessa forma passamos a analisar melhor as nossas necessidades, comprando apenas o que é preciso, evitando os excessos, exageros e desperdícios.